Após período crítico, o varejo apresenta alta nas vendas

12/05/2022 por Best Center

8 min

O varejo físico foi um dos setores mais afetados desde que o mundo conheceu a Covid-19. Com a pandemia e, consequentemente, o isolamento social, a rotina das pessoas passou por grandes mudanças e, com isso, as saídas para fazer compras diminuíram drasticamente. 

Com essas modificações, o comércio online ganhou seu espaço e se tornou a melhor opção durante muito tempo.

Mas, se você é empreendedor do varejo — ou pretende se tornar um —, saiba que 2022 trouxe boas notícias para o setor. Com a maior parte da população vacinada e a queda expressiva nos casos de coronavírus, o comércio reabriu as portas e mostrou uma importante reação.

Em novembro e dezembro de 2021 as vendas já apresentaram alta e 2022 manteve o ritmo positivo. Os três primeiros meses do ano foram bem otimistas: em janeiro, o varejo cresceu 2,5%, em fevereiro, o aumento foi de 6,7%, e em março, 18%.

Os dados são do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), que acompanha a evolução das vendas realizadas em 18 setores durante todo o ano e inclui desde pequenos lojistas até grandes varejistas. O estudo funciona como um termômetro do varejo brasileiro e fornece informações relevantes para o mercado.

Essa alta nas vendas deve-se à queda das restrições que nos acostumamos durante o período mais crítico da pandemia. Por isso, nessa retomada, boa parte dos brasileiros voltaram às ruas para fazer compras. 

De acordo com o Índice de Performance do Varejo (IPV), organizado pelo HiPartners Capital & Work em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o fluxo de pessoas em lojas físicas cresceu 28% em fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo mês de 2021.

Agora que já falamos sobre o cenário promissor do varejo é hora de mostrar as oportunidades que ele oferece para quem deseja empreender. Se você está interessado em ingressar nesse segmento, continue a leitura.

O desempenho do varejo em 2022 começou com um crescimento baixo e expandiu no mês de março.

Empreender está no DNA do brasileiro

O brasileiro tem o empreendedorismo correndo nas veias. Não à toa, o país está em sétimo lugar no ranking de empreendedorismo mundial, pelo que a GEM (Global Entrepreneurship Monitor) 2021 indica.

Se algo te faz acreditar que a pandemia fez o Brasil ficar para trás nesse quesito, saiba que, na realidade, ela impulsionou o desejo de empreender. De acordo com Carlos Melles, presidente do Sebrae, o Brasil foi o país onde a pandemia teve o papel mais forte de impulsionar o crescimento do empreendedorismo no longo prazo, com um crescimento bem superior à taxa dos Países Baixos.

Somente em 2021, mais de quatro milhões de empresas foram abertas. O país bateu um recorde, com aumento de quase 20% em relação ao ano anterior. De acordo com informações da Casa Civil, algumas das atividades econômicas mais exploradas em 2021 foram o comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios; promoção de vendas; cabeleireiros, manicure e pedicure; e obras de alvenaria.

O Brasil é onde o empreendedorismo mais cresce em setores como o comércio, varejo e entre outros.

Os segmentos do varejo que se destacam após a pandemia

Alguns setores do varejo já começaram o ano de 2022 em alta e a tendência é que cresçam ainda mais. Por isso, é importante ficar por dentro do assunto para empreender em uma área que trará bons retornos. Reunimos alguns deles para você conhecer, confira:

Roupas e acessórios

O setor de roupas e acessórios foi um dos que se destacaram na área de varejo na pós pandemia

De acordo com a plataforma de descontos CupomValido, o Brasil ocupa o 9º maior mercado de roupas e acessórios no mundo, com US$ 48 bilhões em vendas. Ao considerar apenas os países em fase de desenvolvimento, o Brasil está na 4ª posição.

Apesar de ter sido fortemente afetado durante a pandemia, o setor apresenta perspectiva de evolução em 2022. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) aponta projeção de crescimento de 7,4%, com isso, a produção pode chegar a 2 milhões de toneladas. 

Com relação à receita, se espera atingir mais de R$ 57 bilhões, isso resulta no aumento de 9,2%.

Cabeleireiro, manicure e pedicure

Outro setor que teve destaque no varejo foi o de cabeleireiros

Ao que tudo indica, o isolamento social fez com que as pessoas olhassem mais para si mesmas e dessem uma atenção redobrada para os cuidados pessoais. Na contramão da crise econômica que vários segmentos enfrentaram, o mercado de beleza cresceu durante a pandemia. 

De acordo com a ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) houve uma alta de 21,9% nas vendas de produtos de cuidados com a pele.

Uma pesquisa do Instituto GfK, da Alemanha, realizada em 22 países, mostrou que os brasileiros estão em segundo lugar no ranking dos que mais gastam tempo em cuidados com a aparência. 

De acordo com a Avec, empresa de tecnologia para o setor de beleza e bem-estar, em novembro de 2021, a demanda nesse tipo de estabelecimento cresceu mais de 70% em relação aos 12 meses anteriores.

Alimentação saudável

A alimentação saudável ganhou destque enytre os setores do varejo que cresceram após a pandemia. Muitas pessoas retornaram ou começaram os hábitos saudáveis

A pandemia acendeu um importante alerta sobre a importância de cuidar da saúde. Uma pesquisa realizada pela NutriNet Brasil, o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP), mostrou que, durante a pandemia da Covid-19 em 2020, houve um aumento generalizado na busca por frutas, hortaliças e feijão (de 40,2% para 44,6%).

Cuidar da saúde e do bem-estar virou uma prioridade e tende a se manter. Os dados do Kantar mostram que, no início da pandemia, 33% dos brasileiros disseram que o consumo  de legumes, verduras e hortaliças aumentou e 67% planejavam manter o novo hábito no futuro.

Academias

Ainda em hábitos saudáveis que aumentaram na pandemia, o setor de academias de destacou

Seguimos no assunto sobre saúde, afinal, os exercícios físicos fazem parte dos novos hábitos que ganharam destaque no pós-pandemia. De acordo com o  Year in Sport — relatório anual da Strava referente a 2020 —, globalmente, o aumento da frequência de atividade física entre as mulheres foi 45,2% em comparação ao ano anterior, e de 27,3% para homens. No Brasil, o aumento ficou entre 43,8% para mulheres e 30% para homens.

Um estudo realizado pela Tecnofit mostrou que ao comparar o mês de abril de 2020, no início da pandemia, com o mesmo mês de 2021, os espaços fitness apresentaram um aumento de 176% em faturamento.

Pet Shops

O cuidado com os pets cresceu na pandemia, aumentando os setores de varejo para essa categoria

Uma outra tendência observada durante o período de distanciamento social é que as pessoas passaram a procurar a companhia de pets e investir mais em seus animais de estimação. O Instituto Pet Brasil (IPB) divulgou alguns dados sobre o setor e, no acumulado, o segmento cresceu cerca de 35% durante a crise sanitária.

Um levantamento feito a partir de dados do Caged apontou que, entre os anos de 2019 e 2021, o número de trabalhadores formais na área de atividades veterinárias cresceu 46,5%, isso representou o melhor desempenho do ranking de emprego do país.

Após conhecer esses cinco segmentos do varejo que estão em alta, é importante saber quais pontos devem ser analisados antes de empreender de fato em um desses nichos. Selecionamos algumas dicas importantes sobre o assunto. Veja a seguir.

O que avaliar antes de começar a empreender 

Se você está disposto a começar um negócio nesse ano de retomada do varejo físico, saiba que é muito importante montar um planejamento estruturado para conseguir colocar suas ideias em prática. Confira algumas dicas relevantes:

1. Avalie e valide a viabilidade de sua ideia

Essa é a primeira e mais importante etapa, e nela você deve analisar o mercado, o público-alvo e os concorrentes. Dessa forma, será possível montar uma matriz SWOT, com as forças e fraquezas da sua futura empresa, e as oportunidades e ameaças presentes no ambiente externo.

2. Entenda o processo de formalização de uma empresa

A parte burocrática, embora seja trabalhosa, é essencial para abrir as portas do mercado. Por isso, busque conhecimento sobre esse tema, assim como profissionais da área que darão orientações em relação às documentações necessárias para regularizar seu negócio.

3. Acompanhe as tendências do mercado

O mundo passou por grandes mudanças nos últimos anos, com isso, o comportamento do consumidor teve importantes alterações e o mercado requer atualização diária para acompanhar essa transformação. Portanto, fique de olho nas principais tendências do varejo para o cenário comercial pós-pandêmico.

4. Invista na experiência do seu consumidor

O mercado está cada dia mais competitivo, nesse contexto, ganha quem faz a diferença no segmento. Para criar e manter uma relação duradoura com seu público-alvo, é preciso gerar uma conexão genuína, construída e nutrida por meio da experiência do cliente

5. Abra sua loja em uma localização estratégica

Escolher o lugar certo vai impactar diretamente na atração de clientes e nos números de vendas. Por isso, é preciso estar atento ao geomarketing, uma área de estudos que envolve estratégias de negócios com base no território em que a empresa estará.

Porque considerar o geomarketing em sua estratégia

O geomarketing — também conhecido como marketing geográfico — analisa dados de localização para criar oportunidades de negócio. Para isso, estuda a região onde uma empresa está e o comportamento dos consumidores ao redor dela.

Abrir sua loja em um centro de conveniência que considera o geomarketing na estratégia, gera um importante diferencial para seu negócio. A infraestrutura de um centro comercial reúne inúmeras vantagens, entre elas, a comodidade dos Shoppings Centers com a visibilidade e a praticidade das lojas de rua.

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